Olha, sinceramente eu não sei de que planeta pertence certos seres que habitam o mesmo espaço que eu. Ás vezes me sinto deslocada, inserida aqui. São bilhões de pessoas, mas parece que a minoria faz alguma diferença. Preciso constantemente desabafar, pra não sufocar. Ultimamente ando percebendo que há muito eu te amo pra pouco tempo juntos, muita pegação pra pouca informação, muito mimimi pra pouca atitude. A vulgarização dos sentimentos me choca, os relacionamentos são efêmeros.  E eu continuo no meu sistema fora de moda, medindo o que falar pra não desapontar, sentindo de mais e falando de menos, porque acredito que quem demonstra demais, sofre por desespero. Os sentimentos sofrem uma mutação incrível, se ama num dia, desama no outro. O instantâneo vale mais do que achar a essência das coisas. O mais engraçado é quando sou tachada de coração de pedra, por não me entregar tão fácil e não ficar falando amor e todos esses falsismos ditos por aí.  Digo e repito, quantas vezes for preciso que as palavras para mim têm um peso enorme, é como oração, eu acredito no poder que elas trazem, e se o que me dizem não condizem com as atitudes, de nada vale abrir a boca. Pode me chamar de coração de pedra. Nem ligo. No fim é o que pessoas como eu devem ser: fortes, porque aguentar isso não é para qualquer um e acaba que somos atingidos por indivíduos  que se dizem muito amorosos. No fim, superam rápido, porque não era nada profundo, tudo superficialidade, vem de passagem e não retiram, nem levam nada, de bom nem de ruim, porque conteúdo que preste, não há. Não somam e ficam no zero a zero. Fico pasma e tenho pena por tal pensamento fugaz e fútil. Eu sempre fico com milhares de pulgas atrás da orelha quando a bondade é demais e quando não há um deslize, é aí que o tombo é maior, e ao invés de ficar só com um pé atrás, fico com os dois porque minha intuição raramente falha, minha observação de comportamentos é muito detalhada e minhas previsões são certeiras. Confio no amor discreto, sem estampas, adjetivos demasiados e cerimônias, gosto da simplicidade e verdade, coisas fáceis de fazer que são difíceis de encontrar, e a escassez disso deixa minha alma entristecida. Então gente, se vocês souberem, por favor, me avisem onde é que os sentimentos nobres foram parar porque estou à procura faz tempo.

Fingir contentamento é o que vejo em cada sorriso torto. Ninguém quer estar onde está. Satisfação então é artigo de luxo. A moda é ter status, é melhor aparecer, do que ser, só apresentar ao invés de mostrar. A identidade está falsificada pela influência do meio. Acho que existe um novo tipo de distúrbio pra isso: vazio existencial.

Aviso aos desentendidos que não é fácil moldar coração assim na era em que se recicla tudo, até sentimentos. Comigo é solidez, matéria rara em tempos de relacionamentos líquidos que vão pelo ralo em questão de segundos.  Onde tudo é renovável e descartado, prefiro  ficar  no meu canto, consertando sentimentos enquanto outros preferem fazer a troca do que tem por um modelo mais atual. Estou ultrapassada. Sabe por quê? É que não passo da linha do meu bom senso. Só por isso.


Penso bem, antes de dar a última palavra a alguém. Se digo, não repito e não volto atrás para inserir um porém, nem invento de incluir três pontos onde já se tem um ponto, o final. Agora a vírgula é meu silêncio, minha interrogação é o tempo. Foi o parênteses que abri num momento da vida, abri mão de complicação e fechei com a simplicidade. Das coisas, pessoas, circunstâncias, sentimentos. O esquema é sim ou não, quer ou não quer, faz ou desfaz. Desapeguei de “porquês” e os “ e se”. Ou é ou não é. Meio termo não serve para quem é cheia de decisão e não sabe ficar encurralada em indecisão. Ou chego com tudo, ou chego com nada, intensidade no que faço é minha entrega sem garantias, saio com nada, mas dou meu tudo, sempre. Abro aspas e deixo guardado por lá que o que for me pertencer que permaneça, e as brechas deixadas, que sejam preenchidas se for de valia. Exclamo que quero mais é leveza, clareza e gentileza! 

Palavras Mágicas


Era ainda pequena quando meus olhos avistaram um livro. Meus ouvidos   anseavam para ouvir a próxima história e minha imaginação queria voar para longe. A chegada de um novo livro era sempre festejada. Aprendi a cuidar destes tesouros quando lembro o motivo deles serem guardados no alto. É, eu sempre ambicionei te-lôs  na mão e isso não era bom para quem tinha pouca idade, o estrago seria garantido. Me lembro de Branca de Neve, Cinderela, Três Porquinhos e tantos outros clássicos dos contos de fada. E de você, Pinóquio nunca me esquecerei, pois te decorei do início ao fim sem saber ler, apenas ouvia e queria bis.

A voz que me lia era entusiasta, havia uma vida tão viva nas palavras que meus olhos brilhavam e viajavam. O reino distante nunca foi o bastante para mim. O que me bastou foram as mãos me auxiliando a traçar os pontilhados, ver risquinhos sendo transformados em palavras me fascinava. A paciência em ter que ouvir e repetir se tal coisa começava com tal letra, esta era só mais uma, das minhas perguntas incessantes. De repente, movida pelo interesse, já sabia assinar meu nome, e esta foi uma vitória inesquecível. Tudo que via, tentava ler, montar as sílabas e pronunciar os sons era uma tentativa que atiçava meu querer. Quando as falhas foram diminuindo e fui adquirindo o manuseio correto, uma sensação de independência tomou conta de mim e me senti realizada por  interpretar e desvendar o que os adultos tanto liam, saber que era capaz de tal feitio me deixou poderosa.

Os livros para mim são e sempre foi um refúgio aconchegante. Quando um problema vinha , me afundava e devorava livros, era e é uma passagem para um mundo secreto onde as emoções são minhas e me sinto em cada linha. Esse passaporte que possuo, transporta-me  para a fantasia, para os desabores e amores, me faz rir, chorar e torcer. Os personagens viram meus amigos de longa data, me sinto em casa quando estou rodeada por capas, páginas e aquele cheiro familiar. Não sei descrever minha paixão pelos livros e sou eternamente grata a quem me despertou para este mundo mágico. Os livros foi um meio para não me perder, e me achar no meio de linhas e entrelinhas foi uma busca prazerosa. Para adentrar  neste paraíso, você não precisa de abracadabra, é só abrir a mente, largar de preconceitos e se deixar levar pelas histórias, personagens, ideias e estilos. Você começa abrindo uma porta estreita, entra, e  vai alargando o caminho, que é vasto, cheio de surpresas e visões abrangentes. O mundo é vasto, tem coisas demais para se fixar no próprio mundinho, cheio de coisas já conhecidas. Desconhecendo é que um dia a gente se conhece e se entende, e muito do que sou, aprendi com os livros, aprendi a arte da paciência graças à espera do último capítulo para enfim saber o desfecho e descobrir que todo problema tem sua resolução, na hora determinada, pois muitas vezes é para o aprendizado. Sei bem que certas dores de hoje são as alegrias de amanhã e que para tudo há seu tempo.

Admiro os escritores e cultuo-os como se fossem deuses, pois uma mente destas é iluminada pela inspiração e considero como doação preciosa, a entrega deste trabalho encantador. É um jeito delicado de dizer: Ouça meu coração e entenda meus devaneios.

Amo as palavras, por isso faço do papel em branco meu psicólogo, ele me ouve sem falar e permite meu desabafo, enquanto muitas pessoas fingem que ouvem e querem mais é falar inuteísmos, tendo a posse da pseudoverdade. A sensação de viajar no pensamento e deixar as mãos arquitetando palavras é indecifrável. Vai além de mim. Foi aí que eu desisti de achar fórmula exata dos sentidos que me rondam e resolvi então sentir livremente por dentro, e o que der para ser traduzido aqui fora, traduzo, tentando manusear sentimentos em palavras. 

E é preciso assumir de uma vez só que eu sinto tua falta. Isso, simples assim de se resumir, a forma mais sintética de expressar toda essa carência de ti, que me deixa de pés no chão querendo flutuar mais uma vez. Já me esgotei de desculpas esfarrapadas, de me envolver numa película, achando que com isso os que estão afora percebam o quanto sou forte. Puro engano, essa película fina que me envolve e se encontra quase rompida, desgasta-se de vez, quando a sós, o silêncio se intensifica, soando apenas meus soluços presos na garganta, nas tentativas de esvaziar um pouco o conteúdo daquele lugar desconhecido onde se guarda a saudade.


Estou esgotada de gente destemperada, gente preguiçosa que não desloca o pé do chão, gente que fala, mas não tem nada a dizer. Depois que se ganha ritmo e impulso na vida, bate uma vontade enorme de puxar a corda de gente assim e dar uma sacudida pra ver se abre os olhos. Sabe por quê?  Porque dá pra ser tanto e ser tão pouco é covardia ingênua. Então arruma um tempero aí, corra com passo firme, se abrir a boca, fale algo útil, que acrescente em algo e renda bons papos. Não fica contaminando o ar com energia negativa não, isso pega e sobrecarrega; energia renovada e limpa sendo dissipada é que move as coisas. É o que te move.


No momento quero uma dose de paz bem dosada, uma pitada de loucura, bem estar para acompanhar  e felicidade para beliscar. Vou pedir o amor pra viagem, quando chegar em casa, analiso se foi útil trazer ou não. Quer saber? Considero válido se agarrar no que se tem pela frente, desde que você descarte garantias e desconsidere possíveis previsões. Sem pensar e pesar, vou me lançar e ver onde caio. Já tenho anestesia, é só tampar com curativo e esperar cicatrizar. Depois peço uma rodada de desilusão, vem o porre da decepção. A ressaca é ter você no pensamento e o remédio pra passar é só desapegar! Pronto, passou dona moça. Com a prática, um dia você aprende, eu espero. 

Não sei se é ironia do destino, mas o engraçado é que quanto mais me envolvo com esses caras por aí, mais eu sinto sua falta. Quanto mais “tipos” conheço, mais eu lembro do seu. Não adianta, no final de tudo e todos sempre corro ao seu encontro. Teu abraço inseguro é meu refúgio, é lá que me sinto em casa, e consigo me destravar. Estou perdida, você foi embora e levou junto o cheiro e o aconchego que eu sentia. Hoje a saudade veio a tona, a tristeza me apertou. Desculpa, é que pensei em nós. Fui eu quem inventei esse negócio de não pensar pra não sentir. Até que funciona, quando se cumpre. Mas é que eu tenho a maldita mania de pensar no que não está ao meu alcance, e sinto, consequentemente. Daí acontece as recaídas doloridas. Queria poder bater na porta da tua casa e entrar, mas você não está mais lá. O problema é que quanto mais fujo e tento encontrar novidades para distrair, estas só me fazem querer preferir você. 


Categoria é desfilar com humildade e vestir um sorriso estampado no rosto, exalar o aroma agradável de ser o que se é. É dar a cara à tapa, sabendo que isso doí, mas que mascarar a consciência é fantasia de mau gosto. Mantenho a postura na personalidade e se surgir inconveniências em tom e nível alterado, eu me equilibro sem deixar abalar, respondo com fineza e palavras elegantes certos recalques sem cair do salto, porque têm gente que não vale nosso rímel borrado, nem a nossa queda em público, têm gente que merece mesmo é o nosso silêncio, e atitudes refinadas, com estilo e classe. Eu fujo de faltas; falta de educação, falta de bom senso, falta de sentimentos nobres, e mais ainda falta de caráter. De agora em diante, o que não for útil, descarto sem remorso, o que for pra valer uma hora vai aparecer, pois o que não for de valia, o tempo me mostra, com ele muita coisa se vai, outras chegam, são encontros e despedidas constantes, mas apenas o que é para ser, permanece. E esta é uma lição que eu queria ter aprendido antes, mas aprendi também que tudo têm o seu tempo e o seu porquê de acontecer. E eu sei que a passarela é bamba, sendo assim mantenha a postura e vá, que você chega lá!


Eu sinto uma baita falta de você, do seu jeito enigmático, suas palavras escondidas, estas que se eu olhasse bem nos teus olhos estavam escritas lá, conheço seus esconderijos mais ocultos, descubro tuas manhas e manjo sem você perceber, capto teu sorriso de garoto faceiro, seu lado inexpressivo que não demonstra o que realmente sente. A gente se entende né, juntos não fazemos sentido, somos o encaixe mais louco misturado às manias mais tolas. Sabe quando eu tenho tudo pra te dizer mas as palavras não saem? É, eu sei que você sabe, afinal nossas conversas são assim, um tentando adivinhar o que há por trás de uma palavra que poderia talvez ter outro significado inserido noutro contexto. Foi assim e é assim. Nunca formaríamos um casal desses de filmes ultrarromânticos, nosso roteiro é outro, somos ligados pelo desapego de cerimônias, pela sinceridade espontânea, não temos segredinhos próprios  guardando segundas intenções, na primeira a gente já diz e faz.  Admiro nossa falta de jeito, isso é tão original, criamos nosso próprio jeito desajeitado inseridos num espaço já programado. É a nossa fuga de tudo e de todos, o refúgio conhecemos bem. Nossos caminhos tão estreitos, agora estão mais largos, a gente se perdeu de vista, vez em quando dá um oi e tchau, as circunstâncias fizeram isso, mas como eu te disse, não vamos pensar para não sentir. É, não pensar pra não sentir, não pensar pra não sentir. Eis o meu mantra para afastar toda essa saudade, que pelo visto não está funcionando, mas a técnica ainda está em fase de teste... Até quando? 

E é assim que os dias mais surpreendentes acontecem... em meio ao NADA, pois quando se tem um plano traçado em fatos postos em ordem, as faceiras da vida não gostam de pregar peças num quadro em que ela quer pintar e bordar a vontade, sendo atuação autonôma e principal. E você fica aí no monta e desmonta do plano A, enquanto a vida está ali, à espreita louquinha pra te jogar logo lá no plano Z sem direito a tempo para sequer pensar numa estratégia de ação. E é aí que se encaixa a graça de esperar o inesperado.

O que me faz interessar por um homem?



Esta pergunta parece simples, mas quando procuro tal resposta, me perco na complexidade do quesito peculiar, pois têm os quês e os porquês, o tal fulano, cicrano e beltrano, e minha emoção inimiga da razão que briga por espaço. Mas posso adiantar que as características que me fisga e me encanta, não é um corpo malhado, nem um olho azul ou verde. Gosto de homem com cara e jeito de Homem, sem meio termo, sem machismo, nem feminismo. Não precisa ser boneco e ter cada traço desenhado perfeitamente, pra mim atitude é a beleza que deve ser destacada, de dentro para fora, isso sim eu acho lindo. Não vem cheio de não me toque e aquelas frescurinhas irritantes. Olha, eu juro que não sou apegada ao físico, não mesmo, mas uma coisa que eu priorizo e não abro mão é um sorriso bonito, este sim conta pontos, quando está acompanhado de um hálito agradável, é claro.

Homem precisa ter pegada, mesmo que eu tenha que interferir vez em quando na mão boba, têm que ter decisão e cumprir com o que me diz porque desculpa atrás de desculpa não dá pra engolir, têm de ter maturidade, porque molecagem é coisa de moleque e eu particularmente odeio aqueles joguinhos infantis do tipo você fez isso comigo agora faço aquilo contigo. A, cara, me poupe e vá brincar de trocar figurinha então.

Eu fujo de homens mutantes em comportamento, homens esconde-esconde, homem de palavra que fala e não faz. É, tenho fobia aos 3 tipos. Sabe, eu não sou mercadoria, mas gosto de uma propaganda boa, daquelas que valoriza o produto entende? Então, um homem que me queira, de verdade, deve me dar atenção, pegar na minha mão e dar valor por me ter do lado com um recado: eu não sou sua, não tem dessa de perder, ganhar, não sou brinde, sou presença, só valorize e ponto. Eu não sou mendiga de sentimentos, nem vou ficar pedindo esmola de carinhos e catar migalhas da sua conquista, porque é chato ser palhaça, os outros riem do seu papel, e com toda razão. Se você fica no vai não vai, desenrola, decida o que quer ou não quer e coloca na mesa, assina o contrato, define o rumo e desocupa o caminho cheio de não sei. Indecisão, não.

Para um relacionamento, preciso que tal homem, seja meu amigo, me ouça e me compreenda, ser o porto onde eu possa desabafar e me entregar sem medo e travas, e que a confiança esteja ali, intacta, sem necessidade de revisão, pois quero é sentir a presença constante dela, e que meus olhos não a perca de vista a ponto de ter que sair procurando. Não quero perder o respeito que é meu por direito reservado. Quero um companheiro que vai comigo ao céu e ao inferno, quero segurança quando aperto a mão e tranquilidade de estar junto. Sei que relações são instáveis, é um mar de ondas que a cada dia está de um jeito, mas eu peço paciência, nada de radicalizar, vamos conversar, pesar, analisar tudo isto com calma e civilização, se você não é capaz desta postura, você não é homem pra mim. Simples assim.

Sou apegada aos detalhes mínimos que ninguém nota, me cativar é isso, coisas simples me atrai, a beleza se esconde aí. Num gesto, num perfume bom pregado na nuca, num beijo inesperado e abraço apertado, num senso de humor, aquele olhar que me faz suspirar e por aí vai. Se você conseguiu me conquistar, ganhou meu número, fez o ritual das mensagens de bom dia e boa noite, não se considere de sorte não, é moleza fazer isso, quero ver é manter dia a dia, noite pós dia. O ritmo da conquista desanda, bom seria te conhecer todo dia, como se fosse a primeira vez e ter aquele olhar charmoso, aquele clima incógnito, aquele beijo bem dado. Acho mágico aquela dedicação passageira e previsível pra ganhar um SIM. Pena que o cortejo acaba, a paixão fica na solidão e nós na indagação.

Confesso que é afrodisíaco a inteligência, interessante discorrer um bom papo, sem aquelas cantadas imbecis e aquele jeito malandro de ser, verdade e sinceridade são virtudes essenciais para mim, não precisa falar tudo que pensa, mas se for falar meu caro, seja direto, sem segundas intenções e complicações, sem jogar verde pra colher maduro. Odeio isso e amo homens inteligentes, com conteúdo útil e agradável. Não precisa sussurrar ‘’eu te amo’’ no meu ouvido, eu arrepio, mas é de medo, tremo quando ouço essas frases manipuladas e prontas, fáceis de decorar e falar.

Me diz que estou bonita hoje, soa tão bem, repara num detalhe novo, me manda uma mensagem inesperada no meio do nada, acho sexy letra escrita no papel, me escreve um bilhete com sua letra e esconde em algum lugar, pra quando eu chegar em casa achar e chorar de alegria, se não for possível me escreve algo, não precisa ter o dom nem manha, apenas me escreva, não vou exigir que seja entregue pelo pombo, pode ser via e-mail, sms. Eu não quero buquê de flores, anel de brilhantes, nem um jantar chiquérrimo , me leva  pra comer gordices na rua, e me dê chocolates e algo que me lembre você .Pretendo ouvir coisas banais, sem sentido, pois emoção não têm tradução, gosto de ouvir um eu estou contigo e não abro mão, sinto tua falta e você é assim, tem isso, aquilo que eu admiro ou não, e que mesmo com as diferenças, me aceite, assim como eu sou.  Eu só quero ser teu melhor presente, aquele que você guardará de lembrança e ocupará lugar especial na recordação, e quando for abrir pra mostrar a alguém, sentir ciúmes e falar cuidado, é especial. Só não me desaponte com falsas expectativas, eu não as crio para não decepcionar, então se você inventa e me conta o projeto, pratique e não teorize.

Por fim, deixo a chave para fechar a resposta de vez, o papo reto é que : me interesso por homens que não perca o interesse por mim, porque se isto acaba, o meu também acaba junto, tenho muitos afazeres para fazer o fazer que não é meu, exemplo? Correr atrás. 

Sentimentos



Meus sentimentos são implícitos, não solto aos quatro ventos o que se passa por dentro. Tenho medo de soltar e nunca mais voltar. Gosto de sentir, sou uma mistura de sensações, tenho a sensibilidade aflorada. Quem me olha por fora, não me olha por dentro. E quem me olha por dentro, leva para si um pouco da essência do que sou. Posso ter a postura firme, olhar curioso vagando e observando, tudo isto na minha, quieta no meu canto. Essa quietude de corpo, inquieta minha alma e minha mente que se desentende com os quês e os porquês.

Sentimentos são leves e pesados. Os meus são intensos. Quando sinto, a dúvida não é bem-vinda, se ela estiver tem algo errado, porque sou inteira, é isso ou aquilo. Mesmo que um sentimento não tenha descrição, os meus devem ser consistentes. Se há dúvida não há sentimento, pois não me questiono, me entrego. Não ofereço amostras do que sinto, pois o que guardo comigo é uma coisa só, e distribuo em doses quando achar que é o momento certo. Sigo minha intuição sempre, prefiro falhar seguindo o que sinto do que vencer seguindo manuais.

Cada um tem um jeito de se mostrar, me refiro à mostra de sentimentos como quando a gente vai tirando a roupa de proteção, deixando a alma à mostra. Uns se sentem a vontade, outros não. Para mim, desnudar sentimentos não é tarefa fácil, vou aos poucos, preciso ter certeza do que sinto, não mostro o que está em falta no estoque, gosto de garantia válida, se existir esta, me vendo. Não quero é passar vergonha, fazer propaganda falando que sinto aquilo, procurar para mostrar e ver que acabou e está em falta. Valor para mim não é o mesmo que preço. Aprecio as juras e valorizo as ações. Tem gente que já faz stripe, perdeu a vergonha e tira toda roupa de uma só vez, vulgarizou os sentimentos. Falam, falam, mas já são treinadas a apenas mostrar e não demonstrar.  Eu me assusto quando vejo e ouço certas palavras embutidas em frases. Me dá medo ouvir e ver um eu te amo, amor da minha vida. Espera aí gente, as palavras para mim são como oração, tem um peso gigante. Tem noção do que é amor? Já sentiu a imensidão que é este pequeno termo, configurado em quatro letras? Eu que já senti tanto, chorei mais ainda, creio que a essência desse sentir ultrapassa seu significado limitado.  A emoção é inimiga de definição. Chega de drama, você não vai morrer se aquele ‘’amor’’ acabar, se você tiver amor à vida é claro e uma pitada de bom senso, ao perceber que o seu tempo é precioso para ficar afundando em fossa. Eu nem deveria falar sobre sentimentos, é assunto pessoal, porque o que aqui escrevo é um pouco do que sinto, e nosso sentir difere, nossa afinidade pode não ter compatibilidade, nossos valores e históricos de vida não são idênticos, pode ter uma rima cá e lá, mas o tom muda, o ritmo também.

Eu não sou de agrados simultâneos, e não forço a barra pra nada, sou o que sou, até já me entendi comigo sabe, gosto de ser assim, não sou perfeita, nem quero ser, sou apaixonada é pela minha imperfeição. Não é nada grave, mas consertar o que sou pelos moldes impostos, jamais. As vezes me sinto como se pertencesse a outro planeta e até gosto de habitar o mundo das minhas fantasias, é bom passear por lá. Tenho ideias malucas, sonhos grandes demais para o meu tamanho físico e pequenos demais para minha imaginação fértil.

Cada sentir é uno, se você tem facilidade de demonstrar ou não, isto é assunto particular, ninguém sabe o que você já passou, e isto conta e muito no comportamento. Eu respeito e me encanto com a variedade do sentir, só me espanto com os exageros. Eu já amei, me apaixonei e sei que não tem medida de dosagem, mas quando eu falo que gosto, pode acreditar e confiar, não brinco com sentimentos e quando sinto é pra valer. Eu apoio a mostra de sentimentos desde que ela seja verdadeira, desde que as palavras ditas sejam praticadas nas atitudes. Esta é a chave do dilema, porque não estou querendo que ninguém guarde o que sente, perceba a diferença entre o falar e o fazer, o falar é só falar, enquanto o fazer...

Eu tenho meu tempo de adaptação aos sentimentos, e tenho a maneira de lidar com eles. Se os que estão à volta não entendem, nem eu sei dar explicações. Me entendo comigo mesma, enquanto assim for está de bom tamanho. 

Carta Aberta



A senhora foi guerreira, lutou com todas as forças enquanto conseguiu nessa luta que é a vida. Ficamos na plateia torcendo ansiosos para que no fim tudo acabasse bem. Mas esse fim foi o término de mais uma etapa na existência de todo ser humano, fizemos o que estava ao nosso alcance, mas nossa limitação nos impede de determinar o que será apesar do nosso esforço em fazer o melhor possível. Não possuímos todas as ferramentas para ajustar o sofrimento, mas damos um jeito com as que temos, uma delas é a confiança na Fé. Não existe a palavra adeus no vocabulário de quem crê num até breve. Teu momento chegou, pelas nossas conversas a senhora sabe o que isto significa para mim, nada de lágrimas, apenas uma passagem natural,  imagino teu sorriso, e sei a grandeza de sensações que te rondam agora, brilhe muito aí e não esqueça de me visitar sempre que der, passe pelos meus sonhos, tá? A sua missão se encerra. Isto não é motivo de desespero, estamos em paz, pois afinal a vida continua, e nesta continuação iremos tropeçar vez em quando na dor, na saudade, mas seguindo sempre com as boas lembranças guardadas no coração. As lágrimas derramadas serviram para aliviar nossa angústia interior que estava sobrecarregada. A falta e o vazio ficará, mas faremos de tudo para preencher a dor pelo amor, e não deixar que a tristeza nos impeça de abrir um sorriso.

Lembro do teu abraço aconchegante, tua benção com gosto de paz, suas conversas mansas, tua teimosia consistente e personalidade forte misturada ao teu jeito doce de ser, e posso ver de longe teu caminho iluminado, enfeitado com todas as luzes, como o brilho dos teus olhos cor do céu. Nós netos, nunca esqueceremos o gostinho da infância que passamos na casa da vovó, onde tudo era permitido, nosso refúgio das artes e proteção  certeira, onde a bala e toda guloseima era liberada e a comida só na fartura. O famoso pão de queijo e minha lasanha predileta, a mão que fazia a comida mais gostosa, combinados até umas aulas de culinária, pena que agora não terei tais ensinamentos e perderei uns quilinhos, pois nunca vi mais insistente para entoar um: vem aqui comer, coma mais. Os filhos não esquecerão as fases em que viveram juntos na casa sempre lotada, onde alegria e união marcava presença. O cuidado único de mãe, o consolo do colo, a música dos choros pelas madrugadas,  as correções quando foi preciso, e a moral vinda de berço que forma nossas virtudes essenciais que carregarão por toda a vida, passando para os filhos, valores hereditários, aprendizados e histórias mágicas de um passado bem aproveitado. Ao vovô ficará a história de amor verdadeira que surgiu numa época de namoros escondidos e restritos. Um amor duradouro, medido não só pelo passar dos anos, mas pela intensidade demostrada pelos gestos e afetos. É sua amada, uma parte de você, mesmo pela metade os momentos inesquecíveis compartilhados a dois transborda o coração todo, pois é o amor de toda uma vida. Um amor para recordar ficará enfeitando nossos olhos, essa magia é um espetáculo imperdível e o encanto da história dá gosto de ver, por ser fragmento raro na atualidade.

As lembranças são muitas, guardaremos com carinho no baú de nossos corações. Agradecemos à Deus pela oportunidade da tua companhia que estará presente sempre e viva, pois tudo que sentimos pode ser abstrato, não é palpável, mas é sentido, e o sentir dispensa a presença física.

Onde a senhora estiver, sei que não está só e torce para o nosso melhor. Se sentir uma paz maior e a alma em festa, saiba que são nossas preces, nosso pensamento em sintonia enviando toda energia boa que lhe dará sustento e conforto.  A nossa vida assistida daí, deve dar ansiedade e vontade de interferir, por isso lhe peço que tenha calma pois as coisas por aqui tem data certa e meio certo pra ocorrer, por mais que este certo independa das vontades, como sempre digo, o que for pra ser, será, não queremos te desapontar, por isso tentaremos manter a união tão apreciada por ti.

Nós continuamos seguindo por aqui mesmo, não direi que não está conosco, porque sinto tua presença na minha mente através das lembranças e no meu coração através do amor eterno. Obrigada por tudo que nos deixou, cada um sabe bem o que se têm e não se perde o que não se esquece. Não é despedida, pois quem sente, têm presença garantida da pessoa e eu tenho a sua, então nem preciso dizer até breve, um oi quando te sinto basta, e até um próximo encontro, marcado pelos nossos laços entrelaçados por nós firmes.

O melhor pra mim



O melhor pra mim não é o melhor que você cria e já destina para minha vida, o melhor pra mim sou eu quem faço e recebo por atitudes e consequências, necessariamente nesta ordem. Os erros são meus, os acertos também, as vitórias que tanto lutei para conquistar pertence a mim, o mérito têm meu nome, as sensações só eu sinto, as dores continua comigo, enquanto o tempo vai se encarregando de curar as feridas, até cicatrizar, mas a mancha fica ali, intacta e eu a vejo e sinto quando as lembranças guardadas na minha memória vem à tona.

Sabe, nem eu sei ao certo o que quero, nem sei o que é melhor pra mim, eu não calculo nem programo o melhor jeito de executar meus planos, alias nem tenho planos, traço o nada alinhado ao imprevisto, não sei o que virá com isso, só sei que a carga é minha, sou eu que devo carregar, veja bem, o caminho é meu, deixe-me andar. Ás vezes dá vontade de gritar aquela frase que aparece na música de Capital Inicial: “A vida é minha, eu faço o que eu quiser’’, e não considero como falta de modos nem um pouco, porque a vida é mesmo minha e se eu me ferrar ou me der bem, os dois pertence à mim de toda forma, a diferença é que no primeiro caso poucos permanecem de verdade do seu lado e os que  sobram ficam falando a eu avisei, no segundo caso muitos ficam, fazendo média claro, e a minoria feliz de verdade por você. Uma dica: confie em que fica nas duas partes e que não tenha um comportamento mutante, e se você sente uma ponta de inveja de fulano de tal, distancie ao invés de sorrir por fora e fazer careta por dentro, isto é ridículo, vai por mim, sinceridade ao falar  e simplicidade ao demonstrar é um bom sinal, se não capta isso, desconfie.

É, são tantos dando palpite onde não são chamados. Se tua vida tá ruim, eu é que não tenho nada a ver com isso, então não desconta na minha não, vai fazer um auto encontro, reflita sua vida, passe uma temporada na Índia meditando. E deixando bem claro, pra ninguém levantar o dedo e falar: a mais isso é egoísmo, anti-socialismo, seja a merda que for, preste atenção em uma coisa: ajuda é bem diferente de entrometimento, a ajuda é válida, o entrometimento eu dispenso. Então fica no teu próprio canto e vive sua própria existência, seria bom, para mim e pra você também, paz mútua, afinal, você não fala e eu não ouço. Como dizia Clarice Lispector: ''Escuta: eu te deixo ser, deixa-me ser então''.

Vá passear, estou lhe dando férias da minha vida olha só que gentil da minha parte. E pode descansar em paz, pois o que tenho é puro merecimento do que sou e ponto final.  



Meu conto, eu te conto



Quando criança, a menina ouvia e lia as histórias dos contos de fada. Aproveitando a inocência da fase, acreditava na magia que havia, como as princesas esperavam o beijo encantado, ela esperava se casar um dia com o príncipe vindo galopando em seu cavalo branco. O fascínio, faiscava diante dos teus olhos que se acendia e brilhava como os pirimpimpins da Sininho. Queria se casar um dia e viver feliz para sempre, mas tinha medo de deixar a infância encantada, onde suas bonecas criavam vida e brincava-se de fingir isso, fazer aquilo. Acreditava que Peter Pan viria voando e a levaria para a Terra do Nunca e assim realizaria seu desejo de ser criança para sempre. Ela não fazia o tipo de nenhuma princesa que conhecia, era ansiosa demais  para esperar um beijo ou sair beijando sapos. Tinha medo das bruxas, por sua maldade disfarçada. Queria era ser fada, ter asas e voar.

A menina cresceu, encontrou um suposto príncipe numa mesa de bar, se apaixonou de primeira, construiu um castelo de sonhos e planos, depositou a confiança na torre que logo depois se desmoronou, como castelo de areia que basta um empurrão. Foi feitiço da bruxa má, pensou. A moça coitada, entrou na Síndrome Bela Adormecida, feriu-se com seu dedo podre e caiu em sono profundo pela vida, até que um dia tal sujeito apareceu e sabe se lá com qual desculpa, a fez crer que com ele tudo seria diferente. Adquiriu o transtorno Cinderela, custou a sair de casa por um período, e quando resolveu dar as caras  fez uma super produção, no meio do encontro seu celular toca, era seu pai com seus horários programados para retornar, desesperada, sai correndo e esquece o sapato no banco do carro de fulano, que no dia seguinte bate na sua porta fazendo a entrega domiciliar; quem atende? O furioso sogrão, e pior, o sapato serviu. Pegou o amor-próprio Branca de Neve, no início virou alvo de inveja e foi perseguida por seguidoras que se ‘’achavam’’, queriam ser ela, mas ter tal personalidade era exclusividade etiquetada, não aceitou falsidades embutidas, ou era ou não era, não morreu graças à isso e nem precisou ter a vida devolvida por um beijo de amor verdadeiro, preferiu a amizade verdadeira  dos seus 7 amigos homens. Atingiu a superação Rapunzel, ficou isolada por um tempo, decidiu reservar tempo para si própria, esperou as madeixas crescerem, produziu um look de arrasar corações , mudou o visual, caprichou no make, fez uma revolução por fora e dentro de si quando virou as costas com charme para o sujeitinho mequetrefe que a desvalorizou.

A menina virou mulher, e agora quer um homem que já parou de brincar e deixou a molecagem lá na infância. Depois de todos os amores quebrados, príncipes desencantados, resolveu parar de seguir a linha Era uma vez, casaram e viveram felizes para sempre. Queria é calçar as botas mágicas do Pequeno Polegar e viajar mundo afora. Então pegou a mala e partiu sem rumo, buscou se entregar e deixar rolar, escrevendo sua própria história sem clichê, está solteira e vive assim enquanto der, pois no fim daqueles roteiros se conta o mesmo desfecho e nunca o que vem depois dos felizes para sempre, e  ela duvida dessa felicidade sem deslize, marcando presença constante nos relacionamentos a 2.

Ela não quer príncipe, prefere o caçador, pois combina melhor com seu estilo de adrenalina, não quer morar num castelo, quer é se ajeitar numa cama, ter alguém do lado pra dormir abraçada e se sentir segura disso, troca um guarda roupa cheio de vestidos exuberantes por uma estante de livros pra vestir a imaginação. Ela não ambiciona o felizes para sempre, ser a feliz no agora já a satisfaz. Ela não tem a delicadeza e bons modos de uma princesa, nem finge que tudo esta perfeito quando tudo está imperfeito, ela é desastrada, fala palavrão, é sincera, pois aprendeu com Pinóquio que o nariz cresce quando se mente. Ela não se espelha em clássicos, segue o descomunal, acha Fiona interessante, acredita que daria uma boa amiga e renderia bons papos. É irmãos Grimm, Charles Perrault, e seus outros companheiros, tenho uma notícia a dar:  pelo que ela vê nos filmes e na vida real, os papéis agora andam se invertendo, a princesa agora é guerreira enquanto o príncipe dorme esperando pelo beijo.

O tudo nem sempre passa, enquanto o tempo passa.



Ás vezes me pego pensando no tempo, este que nos acompanha dia a dia, colado no braço, gravado na tela principal do celular e fazendo jus ao prego martelado sem dó nas inúmeras paredes que nos cercam. Esse intrometido que se divide em tempo psicológico, estabelecido pelas nossas vontades e o social marcado pelo relógio e pelas datas-limite. Contendo várias morfologias e personificações, com o amanhã é severo, com o ontem é cobrador e com o hoje é calmo, fazendo a procrastinação tomar conta do espaço presente. Pelo jeito muitos não sabem se amigar a ele no quesito simpatia quando as fases da vida vão se alterando. Aparece uma dobrinha cá e lá, uma linha ali e aqui, cabelos a menos numa cabeça que já andou a mil e que agora perde a cor das madeixas; e tudo isto já é motivo de briga inútil por algo tão natural. Os reservados do banco ficam de plantão sentados, e quando chega a vez de entrar em jogo, não estão preparados pois o que sabiam fazer era esperar o amanhã chegar e confiar que ali parados iriam conseguir atuação facilmente. Engano piedoso.

Á um tempo, o tempo me trouxe uma frase vinda por quem me machucou muito, ela trazia o aviso de que o tempo não para, para que eu possa consertar meu coração. Achei interessante, inesperado, fiquei surpresa, alias é mais construtiva do que aquela velha e cansada frase garantindo que: TUDO PASSA. Como assim passa? A vida por acaso é uma peneira sem furos onde tudo de ruim passa sem a devida filtração? Não concordo nesse tudo passa, pois o tudo deve ser moderado ao falar, trata-se de uma palavra abrangente que muitos não se dão conta do que ela carrega em seu significado específico para cada pessoa. A vida deve ser como uma peneira contendo os seus furinhos, barragens pra todo lado, esperando o destrinche de toda e qualquer situação; abaixo fica o recipiente pronto para receber a solução límpida. Venha o que vier, os furos devem se manter firmes, cumprir seu papel para não deixar sair no final uma solução suja, indigna de aprendizados.

Na prática de vida, experimento a opção de que o tempo não para,  para que eu possa consertar meu coração, porque ele não para de fato, continua seguindo seu curso normalmente, eu sim posso desviar do curso e optar parar enquanto ele anda, daí perco o andamento em volta e fico atrasada em relação aos demais ocupantes, mas o tempo corre, sem interrupções, na velocidade constante e não espera por ninguém. Consertar o coração é tarefa de se fazer sempre, reparar sentimentos, equilibrar emoções deve ser execução diária, sem falta, caso contrário a falta da limpeza se torna sujeira impregnada, interminável, que leva tempos para sair ou diminuir, e nesse intervalo, o mundo gira, as pessoas mudam, situações se invertem, os sentimentos se alteram.  Não há como sair de um túnel do passado e querer mudar o presente, ele é feito por quem atua, cai, levanta e entra em cena logo mesmo tendo que fazer um papel idiota numa peça sem sentido. É bom já ir pensando no roteiro da peça para entrar nesse teatro que é viver, somos atores onde a escolha do papel somos nós que decidimos. Gente de verdade faz, aprende, ensina; errar e acertar é normal. Muitos deixam de entrar em cena, pois desistem quando estão no palco, têm medo da plateia, ou o que esta irá pensar sobre sua atuação. Uma dica: Não espere a cura imediata, pois nos recompomos pouco a pouco, e evoluímos conforme nossa postura diante da marcante presença em todas as horas, que nos desafiam com suas situações a enfrentar.

O tempo pode ser TUDO, mas o tempo que você passa reclamando é NADA. Perca de tempo é perca de vida, pois esta é feita dele, a cronometragem é a mesma para todos, a utilização desta já é questão de organização consciente. Se deu tempo ou não, o responsável não é o tempo, e sim do seu gerenciador, não adianta jogar a culpa nas ocasiões, porque quem quer enfrenta qualquer como, arrisca e faz. Passe o tempo que for, dure o que durar, sentimentos e estados de espírito não devem ser ignorados. Fez parte do seu ontem, reflete no seu hoje que será talvez teu amanhã. Sensações momentâneas passam, os restícios de lembranças ficam e se não forem cuidadas com a devida atenção vira tormento e mal-estar. Trata de resolver as pendências acumulativas, por mais que doa, arde mais quando se transforma em problemas. Evita a dor de cabeça que dá para prevenir. Querendo ou não, encarar e superar é o meio eficaz. O tudo não passa, ele se ameniza com o passar do tempo, e apenas nos entretemos com o alívio temporário, este sim um dia passa e aí o que fazer nesta hora? Devemos é agir mesmo que aos trancos, persistir apesar dos pesares enquanto esperamos o resultado das nossas ações. TEMPO, EIS AQUI TUA DICOTOMIA: ESPERAR E AGIR.

Dom Maldito



É, por incrível que pareça você tem o dom de adivinhar meus pensamentos, aqueles que ficam escondidos e que nem eu consigo enxergar. Dom maldito este seu que de longe capta e suga minhas energias, que faz questão de interagir com meu coração enquanto a razão dorme em sono profundo. Mesmo eu fingindo muito bem estar bem, lá vem você numa conversa de praxe: “você não me parece bem”, isto, do nada tal resposta, mesmo seguindo meu habitual plano de conversação. E você com a mania de sentir o que eu mesmo sinto e disfarço não sentir ,acho falta de privacidade conectar e entrar assim no meu mundo secreto, cheio de senhas e códigos, não sei como decifra vez em quando.

Sabe é que não quero te encher com meus problemas, te preocupar com minhas crises existenciais transitórias, isso ocupa tempo, é cansativo ,quero é que você me lembre da verdade que fiz e deixo de acreditar, quando resolvi me entregar e ver no que dá, eu só desejo a calma de te ter por perto, falando aquelas maluquices tolas que me faz rir, sendo a parte colorida do meu dia que as vezes tá em preto em branco, o toque de mensagem do meu celular  na madrugada, e a resposta que eu espero tanto.



É feio não fazer o que a maioria dita né? Poisé, como não me prendo aos moldes vigentes, sou a feiura em pessoa. Prazer seus xerocados que só anda aperfeiçoando a belezura pra abrangir igualdade e ganhar bônus da sociedade. Meu irônico parabéns a vocês, e tem o aviso ó: Não quero ser a próxima cópia, sou xerox da minha identidade própria e isto é o que me torna única. Podem me chamar de estranha, louca e diferente, isto é elogio pra mim, e desde já, agradeço.


365 dias limpos no calendário, infinitas possibilidades para se tornar realidade, com o aviso importante: o ano não será diferente se você não fizer a diferença, tudo é mutável, mude o que não vai bem, se torne um ser humano melhor, eu acredito na superação. Que as más atitudes e palavras sejam recicladas e revertidas, que os sonhos se realizem rápido, pois tenho urgência desde já, que o acaso gravite surpresas no ar, e que saúde e paz sejam nosso presente, presentes no dia a dia. E que o amor invada o coração e contagie a todos com sua doação sem contrato de retorno, onde a entrega se faz e a validade o coração é quem marca. Que as energias positivas vibrem até chegar no íntimo de cada um.

Agradeço à Deus por mais um ano concebido, peço sempre à Ele proteção para mim e a todos que de alguma forma ou de outra faz parte da minha vida. Já que a vida é um contrato de risco a correr, e não temos segurança, nem certeza do que há por vir, valorize quem vale a pena, dê valor em sua família, seus amigos e priorize os sentimentos singelos antes que seja tarde.

Eu quero garra pra vencer desafios até atingir conquistas, quero encontros e chegadas, descobertas e novidades, sorrisos sinceros e um próximo bem próximo, confiança para depositar, auxílio a dar, quero principalmente a verdade nua e crua. Este ano para mim é decisivo aguardo-o há tempos e que possa fazer dele um dos melhores e que marque minha história.

Um feliz ano novo, faça o novo no agora, praticando tal ato durante o ano todo e seja feliz, e para que as coisas aconteça, é bom tratar de fazer logo.

Adeus 2012 e olá 2013, é um prazer receber você, que já me causa frio na barriga e pressão na mente, mas sou educada e lhe dou as boas vindas!