Eu sinto uma baita falta de você, do seu jeito enigmático, suas palavras escondidas, estas que se eu olhasse bem nos teus olhos estavam escritas lá, conheço seus esconderijos mais ocultos, descubro tuas manhas e manjo sem você perceber, capto teu sorriso de garoto faceiro, seu lado inexpressivo que não demonstra o que realmente sente. A gente se entende né, juntos não fazemos sentido, somos o encaixe mais louco misturado às manias mais tolas. Sabe quando eu tenho tudo pra te dizer mas as palavras não saem? É, eu sei que você sabe, afinal nossas conversas são assim, um tentando adivinhar o que há por trás de uma palavra que poderia talvez ter outro significado inserido noutro contexto. Foi assim e é assim. Nunca formaríamos um casal desses de filmes ultrarromânticos, nosso roteiro é outro, somos ligados pelo desapego de cerimônias, pela sinceridade espontânea, não temos segredinhos próprios  guardando segundas intenções, na primeira a gente já diz e faz.  Admiro nossa falta de jeito, isso é tão original, criamos nosso próprio jeito desajeitado inseridos num espaço já programado. É a nossa fuga de tudo e de todos, o refúgio conhecemos bem. Nossos caminhos tão estreitos, agora estão mais largos, a gente se perdeu de vista, vez em quando dá um oi e tchau, as circunstâncias fizeram isso, mas como eu te disse, não vamos pensar para não sentir. É, não pensar pra não sentir, não pensar pra não sentir. Eis o meu mantra para afastar toda essa saudade, que pelo visto não está funcionando, mas a técnica ainda está em fase de teste... Até quando? 

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